QCon São Paulo 2018

Foi uma surpresa para mim! Com a correria que está sendo esse ano em vários sentidos (projetos open-source, contribuição ao Apache Camel, mudanças no trabalho, etc.), não pensei em nenhum momento sobre eventos, literalmente, até que fui convidado! Depois que a ficha caiu, respirei bem e pude pensar mais tranquilamente em como seria fenomenal. O evento do ano passado (veja como foi aqui) desencadeou uma série de mudanças em mim principalmente no ponto de vista profissional.

Foto com o novo logotipo

O evento começou dessa vez na quarta-feira e foi até sexta-feira dia 11/05. Mesmo esquema de antes: separado por trilhas temáticas e cada sala homenageando alguém muito importante. O que teve de diferente que achei muito legal:
  • Fiz uma postagem criticando construtivamente o aplicativo do evento por causa de alguns bugs e fui procurado por quem organizou o evento, assim pude falar diretamente com o desenvolvedor e a moça de UX que foram super atenciosos.
  • Continua sendo uma treta o lance de pegar os papéis para votar (verde, amarelo ou vermelho) no final pois afunila na saída. O pessoal colocou o recurso de voto no aplicativo e talvez isso mude no ano que vem. Algo que foi engraçado foi o lance do "Tinder".
  • O horário de cada situação (entrada, início da palestra, fim, intervalo, etc.) foi seguido conforme o planejado, sem mais, nem menos. Lembrando que no ano passado foi uma budega total em algumas situações.
  • Mudaram o local do evento. Ano passado foi no Pro Magno e agora tivemos no Centro de Convenções Frei Caneca. Na moral? Que escolha boa!
  • No ano passado tinha uns 4 ou 8 pontos de recarga de celular, não lembro direito, mas eram poucos, esse ano tranquilamente tinha mais de 20 (vide um exemplo do ponto da AWS ao lado).
Brinde honestaço: café e caneca pra usar durante o evento

Primeiro dia

Para aproveitar a bonança cheguei mais cedo, tipo 7h30, para curtir aquele café da manhã caprichado. Um detalhe é que nos dias seguintes, como o evento começava oficialmente às 8h, somente a partir desse horário que foi liberado, o que entendo como correto se não a galera pode atrapalhar o pessoal que organiza as stands.

Só se perde quem não consulta o DNS

Às 9h10 começou a apresentação do evento seguido do keynote, que na minha opinião foi o melhor do evento sobre Um Dia na Vida de um Arquiteto de Performance do Netflix com Martin Spier.

Spier explicando sobre a CDN construída especificamente para delivery/stream de vídeos

Foi uma verdadeira metralhadora de informações. O cara é simplesmente genial na arte da comunicação mas é importante frisar que o nível técnico é mediano pro elevado, embora seja uma apresentação de alto nível. Teve uma apresentação dele no terceiro dia que foi mais caprichada ainda. Algumas coisas que guardei no Google Keep:

  • 10.000 instâncias iniciadas/paradas via auto scaling diariamente.
  • Atualmente possuem 3 regions cada uma com 3 availability zones.
  • Atacam seu próprio sistema para descobrir vulnerabilidades, por exemplo derrubando uma região inteira.
  • A política de escalonamento (auto scaling group) é feita considerando uma única métrica
  • Todos os servidores rodam Ubuntu, sem exceções. Antes de ter a aplicação efetivamente rodando/instalada no servidor, ele é preparada com componentes de infraestrutura, agentes para coleta/envio de métricas e só aí pode ser usada.
  • Death Star Netflix. Vale a pena pesquisar pra entendê-lo, ou não...
  • Todo engenheiro tem acesso root aos servidores.
  • Usam a estratégia Canary Releases para atualização de suas soluções.
  • Pense em uma ferramenta de monitoração de performance que tem uma granularidade capaz de chegar a linha de execução do servidor com diversas informações e overhead mínimo para coleta/envio, no melhor estilo GMaps com zoom até ver a pessoa caminhando na rua. Esse é o projeto Vector criado pelo Spier.

Terminando o keynote usei o aplicativo do evento pois já tinha marcado as palestras que iria de acordo com o meu interesse. Trilhas do dia:

  • Engenharia de Dados.
  • Microservices e Web APIs.
  • JavaScript e Web.
  • IoT: Tecnologias do Mundo Real.
  • Solutions Track 1 de 2.

Participei das seguintes palestras:





Segundo dia

Vai entender por que gostei tanto dessa trilha...

Mal tinha processado a montanha de informações do primeiro dia e já podia navegar nas trilhas:

  • Machine Learning e Inteligência Artificial.
  • Arquiteturas que Você Sempre Quis Conhecer.
  • Java Moderno.
  • Desafios da Gestão da Tecnologia.
  • Solutions Track 2 de 2.

Impossível não lembrar de Matrix e Animatrix

Sério, o que comentei no começo dessa postagem é o tipo de coisa que acontece conosco frente a revolução que o mundo está passando. Entendo que é algo tímido, "longe" da grande população, e que todos estão"ignorando" sendo que tem a capacidade de melhorar drasticamente nossas vidas ou piorá-las: as "máquinas"! A palestra foi um F5 nesses detalhes que estão rolando pelo mundo. Uso de sensores/indicadores para diversas coisas (controle de uso de energia em casa, melhor momento para regar uma plantação de milho, etc.), chips em vacas para entender qual o melhor momento para ordenhar, aplicabilidade em cidades e tantos outros exemplos. É aquele negócio, só testando para saber até onde isso vai dar. Eu aposto na maximização do ser humano.

Após aquele café justo, foi a vez das palestras.

Terceiro e último dia

O último dia não teve como não lembrar do projeto Bytecoin Web Wallet que comecei a fazer e parei para esperar o time de desenvolvimento liberar a nova API, o gatilho foi justamente o keynote sobre Scaling a cryptocurrency exchange using Data Science & Machine learning com Soups Ranjan. Lista das últimas trilhas:
  • Data Science Aplicada.
  • Containers: o Estado da Arte.
  • Ciência da Computação no Mundo Real.
  • Linguagens do Século 21.
  • Carreira e Soft-Skills.
Coinbase, uma das três maiores cryptocurrency exchange do mundo

Foi discutido sobre Machine Learning para, por exemplo, saber distinguir entre o que é fraude e o que é usuário idôneo e quais táticas foram usadas com o passar dos anos para refinar mais o processo. A questão de segurança é algo super sensível no mundo das criptomoedas por justamente não ter uma confiança consolidada pela maioria das pessoas. Pesquisando é fácil achar alguma notícia de corretora que pisou na bola, seja por vazar dados dos clientes ou por perder grandes volumes de criptomoedas.

Palestras que acompanhei durante o decorrer do dia:














Nunca houvi tanto falar de Apache Kafka e técnicas de transações distribuídas como SAGA para solucionar os mais diversos problemas em sistemas distribuídos. Achei fenomenal as empresas estarem cada vez mais preocupadas com AI, Machine Learning e Big Data para entender seus usuários. Comparando com QConSP17 não foi assim, nesse ano teve uma ênfase maior, um cuidado em detalhar em algum momento esse processo de implementação/estudo. Exemplos marcantes de estudo, implementação e testes foram do Globoplay e do iFood.

Fiz um tweet comentando que a sensação de aprender coisas novas é sensacional. Acho que nunca vou perder isso. Que venha mais!

Ao som de Peter Frampton, While My Guitar Gently Weeps.

Comentários

  1. Oi Willian, peço desculpas pelo contato feito por aqui, mas não consegui outra forma de falar contigo.
    Você havia me recomendado com bastante entusiasmo há alguns anos a série House MD, e eu lhe disse que a assistiria, que lhe diria quando acabar. Bom, demorei um pouco mas finalmente a terminei ontem.

    Do início ao fim achei ela "pesada", no entanto fui me acostumando.. aprendendo a gostar, e apesar das diversas trocas de casting, foi uma boa companhia, principalmente nestes últimos episódios. Muito obrigado pela indicação.

    Ah, sim, aqui é o Hugo, lá da Etec.
    Abraços!

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